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Mostrando postagens de agosto, 2013

Quando a arquitetura se transforma em objeto

         É fato que um edifício é mercadoria. No momento da primeira apresentação do projeto para o cliente, os desenhos tomam unidade, e transformam-se em mercadoria, algo que será comprado e negociado. Inevitavelmente, o edifício se transforma em objeto: de desejo, de consumo, de uma série de sentimentos que tem pouco a ver com o objetivo real da arquitetura (abrigar, proteger, servir de espaço de convivência controlado, isolado das intempéries).          O desejo, na maior parte das vezes, toma tamanha proporção, que a maioria dos arquitetos entra no jogo, são levados a projetar já pensando que aquele ato é uma mercadoria. Será que existe uma maneira de escapar disso? Será mesmo que, em algum momento, um segundo, a arquitetura não é mercadoria?          Seja em renders ou em vídeos bonitos, como o exemplo acima, da Casa em Paraitinga (projetada pelo escritório do arquiteto paulistano Yuri Vital), a arquitetura considerada como "boa" pela mídia e professor

IMS na Av. Paulista: Processo de Criação e Apresentação

         No início de 2012 foi anunciado o projeto vencedor do concurso fechado para a nova sede do Instituto Moreira Sales na Avenida Paulista. De lá para cá, o projeto escolhido, do escritório paulistano Andrade Morettin, vem passando por diversas mudanças e adaptações (por diversos motivos, como a falta de conhecimento na execução de certos detalhes propostos, por exemplo).          A Revista Monolito, edição nº 8 , registrou de maneira apurada a competição, que contou com seis escritórios brasileiros de arquitetura conceituados pela mídia. No site dos vencedores, também é possível visualizar imagens, desenhos e textos sobre o projeto.          No entanto, nenhum outro meio é mais esclarecedor do que o vídeo abaixo, da apresentação que Vinicius Andrade e Marcelo Morettin realizaram perante o júri do concurso, representando a equipe do escritório. Falada em inglês, devido à internacionalidade do júri, a apresentação exibe a sensibilidade dos arquitetos na proposta que mold

Casa em Ribeirão Preto / Casa Mello [Angelo Bucci e MMBB]

         A vontade de falar sobre essa casa existe desde a primeira postagem do blog. Esse relato era sempre adiado e substituído por outros... Aldeia da Serra , Carapicuíba , Ubatuba ...casas icônicas enquanto exemplos de nossa recente arquitetura, cujos conceitos e maneiras de lidar com as condicionantes sempre geraram surpresa. Dentre esses projetos, e alguns recentes (a reforma da Casa em Orlândia , e a Casa de Fim de Semana em São Paulo que deve ser fartamente publicada a partir do mês que vem), sempre foi uma incógnita o por que dessa residência em nossa Ribeirão Preto ser relegada a coadjuvante.          Basta uma pesquisada rápida na internet ou nos livros que tratam sobre a produção recente de nossa arquitetura (os livros Coletivo[1] ou Ainda Moderno?[2], por exemplo) para verificar nossa queixa. Até mesmo nós contribuímos para essa falta de importância ao falarmos sobre esse projeto apenas agora.          Talvez um dos grandes motivos por detrás da ausência de tal pr